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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

COELHÊS

João Gonçalves 31 Jan 10

O dr. Jorge Coelho, o eterno "ideólogo" do PS mesmo na presente encarnação de betoneiro, disse que "não há ninguém com peso para pôr ordem nisto". Se escrevesse isto aqui, vinha imediatamente a patrulha anti-fascista apodar-me de salazarista para baixo. Sucede que o dr. Coelho raramente fala por acaso. Dá ideia que está farto de Sócrates, alguém que ele "gerou" ordenando a outros que esperassem a sua vez. Em "coelhês", Sócrates não tem "peso". Nem já para governar, quanto mais para outros voos. Daí o apoio a Alegre, igualmente manifestado em "coelhês". Tudo indica que esteja em curso uma espécie de mutação genética dentro do "socratismo". Para quê, em breve saberemos.

FORA DE HORAS

João Gonçalves 31 Jan 10

Manuel Alegre vai andar um ano inteiro a alimentar almoços e jantares? Quando chegar a hora, já ninguém o pode ouvir.

ACTUALIZAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CARIDADE

João Gonçalves 31 Jan 10



A partir dos 51 segundos: «quando eu subi aos céus/disse p'ra todos os mortais/fodam-se vocês agora/que a mim já não me fodem mais.»

PALANQUES

João Gonçalves 31 Jan 10


No espaço de pouquíssimas semanas, Cavaco Silva, pela pena de Vasco Pulido Valente - e, presumivelmente, sempre com a mesma vassoura engolida - já teve várias encarnações. Começou por, «na ausência de uma oposição, tem ele de substituir a oposição. Portugal inteiro espera isso dele. E, depois, quando Sócrates cair, como cairá, na execração geral e ele, Cavaco, reeleito, reentrar em Belém, se tratará de pôr a casa em ordem.» Depois continuou. «Na balbúrdia estabelecida, há uma única personagem em quem até certo ponto os portugueses confiam: Cavaco. Manuel Alegre não se enganou. A opinião, essa opinião que as sondagens nunca reflectem, é marcadamente antiparlamentarista e antipartidária. No que ele se engana é em atribuir esta perversidade só à direita. Ele mesmo, com a sua independência do PS e as suas relações com o PC e o Bloco, prova o contrário. A candidatura que anunciou no Algarve não é uma candidatura da esquerda, é uma candidatura acima da esquerda, a candidatura da gente desiludida com os partidos, que procura uma nova solução, ou seja, como a de Cavaco, com uma lógica presidencialista.» Muito bem. Todavia, hoje, Pulido Valente, presumivelmente num acesso soarista-parlamentarista, teme que o mesmo Cavaco das notas anteriores «reúna os poderes fundamentais da República» e sugere que Alegre (o mesmo Alegre das notas anteriores) "congregará" os bonzos «contra qualquer veleidade de estabelecer uma autoridade que materialmente altera a Constituição do regime.» Só estranho que VPV não tivesse mencionado, também a título de benemérito anti-congregacionista contra Cavaco, o candidato oficial do PS a Belém. O guião das cerimónias do banqueiro Santos Silva até foi alterado para ele poder falar no palanque.
«Começando a ser evidente que Sarkozy sofre da doença bipolar [nota pessoal: ainda não "desisti" de Sarkozy], é muito possível que Villepin, um fiel partidário de Chirac, seja candidato à Presidência da República nas próximas eleições em 2012, e até que as ganhe, caso o candidato socialista volte a ser aquela galinha cacarejante que dá pelo nome de Ségòlene Royal.»

Do Médio Oriente e afins

O CENTENÁRIO

João Gonçalves 30 Jan 10


O "centenário" da república começa a ser comemorado este fim de semana. No Porto, as hostilidades foram abertas por uma palhaçada promovida por Norberto Barroca que desceu (ou subiu, pouco interessa) uma rua por causa do "31 de Janeiro". Nada mais justo. O "31 de Janeiro" de 1891 não passou disso mesmo, de uma palhaçada em torno da "questão inglesa". Meteu sargentos, um capitão, um tenente, um alferes, actores, eminências da "cultura", afinal as quadrilhas habituais do então PRP já aí desavindas. A peripécia durou umas horas, as suficentes para hastear uma bandeira na câmara municipal e fomentar um pequeno folclore circunstancial. Tudo acabou tipicamente a tiro e em prisões várias. Como escreve Rui Ramos na História de Portugal da foto, a república destes aventureiros rebeldes ao directório do PRP «não resistiu um par de horas à Guarda Municipal» até porque a oficialidade tinha mais com que se maçar. Cavaco preside daqui a umas horas à abertura das "comemorações" que, para mim, só têm um interesse. Politicamente, a um ano de eleições presidenciais em que desejo que Cavaco se recandidate, estes festejos vêm a calhar. Muitos porventura prefeririam que fosse outro a presidir às festanças. Azar deles.

DE CERTEZA

João Gonçalves 30 Jan 10


Parece que os tipos dos carroceis andaram por Lisboa a buzinar com uns dizeres à altura nos camiões. Um exibia um pano onde se podia ler "Salazar volta que estás perdoado". Há para aí uns anitos que está, de certeza.

SAFA

João Gonçalves 30 Jan 10


A conversa - jornais, paineleiros, televisões, rádios, blogues, twitter, etc., etc. - sobre o orçamento já enjoa. É mesmo coisa de latino-americanos armados. Adoptem antes gado asinino. Safa.

O LAMENTÁVEL BLAIR

João Gonçalves 29 Jan 10


Blair - aquela sinistra figura de sorriso idiota que inspirou a "esquerda moderna" - foi a uma comissão de inquérito dar pseudo explicações sobre a guerra do Iraque. Ele, disse, acreditava piamente que havia armas de destruição maciça no Iraque, a falácia e o pretexto para a invasão. As imagens patéticas de Blair a dizer isto mostram não um herói ocidental mas um cínico desavergonhado. Por muito menos, outros são ouvidos nessa duvidosa instituição de direito internacional que é aquele Tribunal de Haia. Só porque passa por ser democrata é que Blair não senta o rabinho por lá?

A ENTIDADE EM FORMA DE ASSIM

João Gonçalves 29 Jan 10

«A ERC começa 2010 como acabou 2009. Abriu 2009 dizendo que não analisaria o caso Sol-Freeport. Não interessava ao Governo. Acabou 2009 obrigada pelos acontecimentos a analisá-lo - ou fingindo analisá-lo: o presidente da ERC declarou no Parlamento, sobre este caso, que não consegue "melhorar o tempo de decisão da ERC", uma maçada. Em 2009, o mesmo Dupond defendeu, qual Sócrates, que se deve "reagir violentamente" nos media contra os media. Foi mais uma de várias intervenções egocêntricas e desajustadas. Em 2009, a ERC anunciou, após os ataques de Sócrates à TVI, que iria "averiguar" o JN6ª. Para abrir caminho ao Governo, a ERC fez então o inimaginável numa instituição de regulação em democracia: condenou o estilo jornalístico, sem encontrar motivos profissionais ou éticos para criticar o noticiário. Sócrates conseguiu acabar com o JN6ª, e a ERC esperou pelo fim do processo eleitoral para chorar lágrimas de crocodilo. Em 2009, a ERC anunciou querer regular os rodapés das TVs. O mundo aguarda o cumprimento dessa missão imprescindível à humanidade. Em 2009, a ERC inventou uma trapalhada para chumbar as propostas para um quinto canal, por Sócrates já não estar interessado nele. Antes das eleições de 2009, a ERC propôs-se censurar os espaços de opinião dos media portugueses. No final de 2009, preparou uma futura decisão frouxa sobre a pressão política na TVI ao anunciar "não ter meios" para lidar com o caso. Desconhece-se que "meios" lhe faltam, mas provavelmente é a independência de decisão. Tudo o que a ERC fez, fez mal? Não. Encomendou bons estudos a instituições universitárias. É uma pena a regulação não ser também feita por entidades exteriores à ERC.»

Eduardo Cintra Torres, Público

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