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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

O ESTADO DA NAÇÃO

João Gonçalves 5 Jun 07

Na secção fotográfica do lado direito, coloquei um livro de 2001 de Manuel Maria Carrilho. Foi escrito no contexto do "pântano guterrista" e, agora, a propósito dos computadores e da banda larga do actual engenheiro, lembrei-me dele. No fundo - e como o autor é parco em nomes - aquele "Estado da Nação" podia ter sido escrito hoje. Rubriquei-o em Abril de 2001, quando o li. Em Dezembro desse ano, Guterres e a sua corte borregavam. Sócrates segue-lhe lentamente os passos, sem o brilho retórico do outro. Na conferência de Lipovetsky, na Culturgest, encontrei Carrilho. Na véspera, o primeiro-ministro tinha estado no Parlamento com a conversa dos computadores para os meninos. Carrilho só me disse: "e se fosse só isso...". Gosto de ler o Carrilho político e o Carrilho filósofo. Detestei o caminho que a candidatura a Lisboa levou. Todavia, tomara eu que todos os socialistas fossem como ele. Leiam ou releiam que vale a pena. Deve estar baratinho nas miseráveis "feiras do livro" de Lisboa e do Porto.

CHOQUE PARANÓICO-TECNOLÓGICO

João Gonçalves 5 Jun 07


O PS quer, através do governo, consagrar "o princípio da moral e religião judicial" quanto aos autarcas. Autarca que é "constituído" arguido, suspende obrigatoriamente o mandato. Se isto pega, suspende-se meio país independentemente de ser ou não autarca. Até Pinto Monteiro - e bem- já veio dizer que existe uma obsessão nacional em torno do arguido, tomando-se a figura jurídica por um bandido praticamente condenado. Faz-me lembrar uma frase famosa sobre o Hospital Júlio de Matos: nem todos os que lá estão, são, e nem todos os que são, lá estão. Este é apenas mais um aspecto do ambiente paranóico que o PS/governo anda a criar pelo país. Podem chamar-lhe choque paranóico-tecnológico. Vai acabar pessimamente.

Foto: Kaos

AS "MARGARIDINHAS" -2

João Gonçalves 5 Jun 07


O governo reconduziu a sua fiel serva Margarida na direcção da DREN. Como a Margarida, muitas outras "margaridas" e "idos" foram reconduzidos. A "mobilidade" é só para a populaça, de preferência a desprovida de cartão ou provida de coluna vertebral. No topo nunca existem "excedentários".

OTÁRIO-MOR

João Gonçalves 5 Jun 07

Para meu relativo espanto - pouca coisa me espanta hoje em dia - o sr. engº Lino, inscrito na Ordem dos Engenheiros e ministro da Ota, ainda está em funções. Foi ao Parlamento responder a uma comissão qualquer e não se percebeu nada do que disse sobre a TAP e a Portugália. Lino é o homem de palha de Sócrates para enfrentar o PR acerca da Ota. Se Cavaco respeitar o seu pensamento sobre o novo aeroporto na Ota, expresso antes, durante e depois de ter sido candidato e presidente eleito, Sócrates não terá outro remédio senão desfazer-se do homem antes que o homem o desfaça a ele.

SANCHES, O PURO - 2

João Gonçalves 5 Jun 07

Saldanha Sanches - vi em nota de rodapé no telejornal enquanto comia sardinhas - chamou ao advogado Barreiros o "grande defensor da justiça" por causa disto. Sanches não tem um pingo de autoridade para vir a terreiro "gozar" com terceiros, nem tão-pouco se deve considerar o titular exclusivo da "moral pública". Goza entretanto de um estatuto de impunidade só comparável aos tempos em que a sua fronha constava dos murais do MRPP onde se exigia a "libertação do camarada Saldanha Sanches, o director do Luta Popular". Sanches não perdeu - nem podia, como bom maoísta - os tiques do PREC. Agora é aproveitado pelo regime para sossegar o dr. Costa, na política lisboeta, e os bancos, na parecerística. É, pois, como director mental de uma "luta popular" morta e enterrada que ele fala. Não há pachorra.

CASTRO DIVO

João Gonçalves 5 Jun 07


Carlos Castro, cronista social do reino, concedeu uma espécie de entrevista "final" ao semanário Sol.Trata-se de uma figura a meio caminho entre a Vera Lagoa que nunca conseguiu ser e um Truman Capote "à portuguesa" a quem falta, entre milhares de outras coisas, o talento literário. O kitsch das cinzas espalhadas pela Broadway, em Nova Iorque, é, afinal, todo um programa de vida e de morte de um homem que, como gostam de dizer, "subiu a vida a pulso". Carlos Castro já intuiu - ao contrário de Herman José, um puro negociante e ex-palhaço rico do regime - que o seu tempo passou. Agora interessa-lhe apenas ajustar umas contas e, para isso, escreveu um livro de memórias que vem aí. Tem uma língua de prata e provavelmente a muita gente não convém tê-lo como inimigo. É excessivo e exibicionista no que toca à sua vida privada e gostaria de poder expor, com a mesma estranha claridade, a vida dos outros. Nada disso, porém, justifica as palavras que o Braganza tem vindo a dedicar-lhe em nome da sua "cruzada" contra um Portugal supostamente "pedofilizado", nem tão-pouco os insultos com que, à força, recria vidas privadas alheias. Castro tem uma biografia que não é particularmente notável numa sociedade que, por sua vez, de notável nada tem. Fez o que pôde para sobreviver e distinguiu-se numa "área" que os "costumes" apreciam promover: a bisbilhotice, a maledicência e a frivolidade. Os tempos são agora daqueles que se dispõem a outras formas de notoriedade, mais rendosa e, nem por isso, menos frívola. Entre ele e os Marlks, os Nogueira e os Fedorentos, venha o Diabo e escolha.

JUNHO EM PORTUGAL

João Gonçalves 5 Jun 07


Depois do "escândalo" Maddie, o "escândalo" Costa, o outro, o cabo da GNR. A sociedade portuguesa, atrofiada e medrosa, pastoreada pela estranha "esquerda moderna" de Sócrates e pelo presidencialismo inerme de Cavaco, vai-se entretendo com estas telenovelas "da vida real". Os pais de Maddie viajam como baratas tontas e voltam sempre ao Algarve para que, lá fora, ninguém se esqueça onde está a origem do mal. É a tragédia de um casal ridículo exibida à exaustão, desde a Praça de São Pedro ao adro da igrejinha da Luz. Quanto ao cabo Costa, que foi alvo do tradicional "julgamento" popular nas televisões à porta do tribunal, é manifestamente um paranóico que entretém, com razoável sucesso, um início de verão sem "Euro", isto é, sem circo evidente. Sócrates e o encenador Silva Pereira, entre outros, agradecem tamanha graça. Enquanto Cavaco não passar da palavra ao acto sobre a Ota, é só o que se pode esperar. Ah, e um bom prato de sardinhas assadas com pimentos. É o melhor da saison, fora as cerejas.

LISBOA, MODO DE USAR

João Gonçalves 5 Jun 07


Odeio - o termo é preciso - a chegada (cegada) do acto eleitoral camarário em Lisboa. Até o desejava. Porém, cada vez que saio à rua e contemplo nos semáforos os focinhos dos candidatos, dou graças a Deus por haver férias. Os "independentes", até agora, têm-nos poupado ao massacre anti-estético que diminui durante semanas a já de si pobre qualidade de vida lisboeta. Costa parece um buda meditabundo, o grupinho dos amigos do dr. Portas, um conjunto musical dos festivais da canção da RTP dos anos 80, o dr. Negrão, enfim, é o dr. Negrão, e o "Zé", dizem eles, "faz falta" em base verde, uma tentação vertical para caganitas de cão. A CDU limita-se à mensagem da "alternativa" e, se bem me lembro, ainda não dei por mais nenhum. Quando, depois de 15 de Julho, varrerem este lixo, a CML estará mais ou menos no ponto em que estava antes, provavelmente um pouco mais confusa. Merecia melhor.

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